Com a abertura da Ponte, há 98 anos, o governo do Estado concedeu os serviços de manutenção da obra para uma empresa particular que, em troca, tinha o direito de cobrar o pedágio.

O contrato foi assinado por dez anos e terminou em 1935.

Desde então, a travessia entre a Ilha e o Continente passou a ser gratuita, atendendo aos protestos da população local há mais de oito décadas.

O povo está cansado de ser espoliado; todos, sem distinção de classes, anseiam pelo dia em que desapareçam das cabeceiras da ponte as odiosas guaritas”.

O trecho da crônica publicada no Jornal O Estado, em 17 de fevereiro de 1931, mostra a insatisfação da população com a cobrança do tributo para atravessar a Ponte Hercílio Luz, desde a sua inauguração em 13 de maio de 1926.

Cada pessoa pagava 100 réis (em torno de R$ 1), independente se estava passando a pé ou a bordo de um veículo.

As carroças pagavam 1,5 mil réis (R$ 15) e automóveis, 2 mil réis (R$ 20).

Se o pedestre estivesse carregando um volume grande também deveria pagar por isso: 200 réis.

Já quem passava de bicicleta ou com um carrinho de mão desembolsava 500 réis nas guaritas existentes nas duas entradas da estrutura.

A taxação também era implacável com quem transportava animais: 1 mil réis por cada cabeça de gado que cruzava a Ponte.


Foto 1: Acervo da Casa da Memória Foto 2: floripacentro.com Foto 3: Arquitetura e ressonâncias urbanas em Florianópolis na primeira metade do século XX, da historiadora Sabrina Fernandes Melo

Fonte: floripacentro.com